O Que Podemos Aprender com o ChatGPT para o Design Instrucional
- Instituto DI

- 5 de jul.
- 3 min de leitura

Quando falamos sobre integrar o ChatGPT no design de experiências de aprendizagem, muitos imaginam aplicações restritas à tecnologia. Mas o estudo How ChatGPT impacts student engagement from a systematic review and meta-analysis study (Heung & Chiu, 2025) revela algo muito maior: o ChatGPT foi utilizado com sucesso em disciplinas que vão da programação à arte, passando por saúde, ciências e linguagens. Isso abre uma avenida para inovarmos não só nos conteúdos técnicos, mas em praticamente qualquer área do conhecimento.
Para designers instrucionais, instrutores e profissionais de T&D, entender essas aplicações práticas ajuda a adaptar estratégias para programas corporativos, acadêmicos ou híbridos, sempre focando no aumento do engajamento e na retenção do aprendizado.
O uso do ChatGPT em programação: assistência, feedback e persistência
No estudo, um dos contextos mais abordados foi o ensino de programação e ciência da computação. Alunos utilizaram o ChatGPT para depurar códigos, comparar algoritmos e entender conceitos complexos. Essa aplicação não só diminuiu a taxa de desistência como também elevou o engajamento comportamental, mantendo estudantes ativos e participativos.
Em programas corporativos, isso pode ser facilmente transposto para trilhas em data analytics, BI ou automação, nas quais o colaborador usa o ChatGPT para testar hipóteses em scripts, identificar bugs e otimizar relatórios, sempre com suporte imediato. Esse tipo de recurso reduz o medo de errar e impulsiona o aprendizado pela prática ativa.
O ChatGPT na escrita, storytelling e construção de narrativas
Outro destaque do estudo foram as experiências em cursos de línguas e artes, onde o ChatGPT foi usado para ajudar estudantes a criar narrativas digitais, roteiros e histórias acadêmicas. Ele atuou como um coautor que propõe estruturas, sugere enredos e até ajuda a refinar o tom do texto.
Para o design instrucional, essa funcionalidade pode ser explorada em workshops de comunicação corporativa, em programas de liderança que demandam apresentações persuasivas ou em projetos de marketing interno que envolvem storytelling. O ChatGPT colabora para o colaborador organizar ideias, montar pitches e estruturar argumentos, fortalecendo habilidades de comunicação.
O papel do ChatGPT em saúde e resolução de problemas complexos
A pesquisa também documentou o uso do ChatGPT em programas de saúde e ciências, nos quais estudantes analisaram cenários clínicos, discutiram diagnósticos e treinaram tomadas de decisão. O chatbot não apenas ofereceu respostas, mas conduziu reflexões que ampliaram o raciocínio crítico.
Imagine levar esse conceito para treinamentos corporativos em compliance, gestão de crises ou operações complexas. O ChatGPT pode apresentar dilemas, simular casos reais e pedir justificativas para decisões, incentivando o participante a defender seu ponto de vista — o que fortalece competências analíticas e a habilidade de tomar decisões sob pressão.
Matemática, ciências e a autorregulação do aprendizado
O estudo ainda abordou o uso do ChatGPT em K12, em disciplinas como matemática e ciências, onde o chatbot ajudou estudantes a regular seu próprio processo de aprendizagem. Ele registrava perguntas anteriores, monitorava respostas e incentivava o aluno a refletir sobre erros e acertos.
Essa lógica é extremamente valiosa em trilhas de T&D que buscam estimular a autonomia.
Em cursos de finanças, por exemplo, o colaborador pode usar o ChatGPT para revisar conceitos de indicadores ou fluxos, enquanto o chatbot registra progressos e aponta temas que ainda precisam de atenção, desenvolvendo a autorregulação tão necessária para o lifelong learning.
Oportunidades para inspirar projetos em qualquer área
O que fica claro do estudo é que o ChatGPT é versátil: ele funciona tanto para ajudar a construir narrativas quanto para depurar códigos, apoiar diagnósticos ou revisar cálculos. O segredo está em como o design instrucional estrutura a experiência para que o chatbot:
Faça perguntas que provoquem raciocínio crítico.
Incentive o aluno a comparar alternativas.
Crie simulações que exijam decisões argumentadas.
Ajude a organizar ideias e consolidar o aprendizado.
Ou seja, independentemente do tema — seja compliance, liderança, marketing, TI ou operações — o ChatGPT pode ser moldado para apoiar o objetivo do curso, sempre como parceiro do aprendizado ativo.
Conclusão: a criatividade instrucional como diferencial
O estudo mostra que o potencial do ChatGPT vai muito além da tecnologia em si: depende da criatividade do designer instrucional em usar o chatbot para mediar experiências que desenvolvam competências. Quanto mais intencional for o uso — equilibrando desafios técnicos, narrativos e decisões complexas — mais engajamento comportamental, cognitivo e emocional será gerado.
IDI Instituto de Desenho Instrucional





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