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A Evolução do Papel do Designer Instrucional

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Por décadas, o designer instrucional foi visto como o “especialista em conteúdos e roteiros”, aquele profissional chamado para montar apresentações, roteiros de e-learning ou roteiros de treinamentos presenciais. Mas o mundo mudou — e as expectativas sobre aprendizagem mudaram junto.


Hoje, empresas cada vez mais enxergam programas de capacitação como produtos estratégicos, que precisam ter público bem definido, gerar resultados de negócio, evoluir ao longo do tempo e entregar uma experiência do usuário memorável. É aqui que surge um novo papel: o DI como product manager de educação.


E quem entende isso amplia drasticamente seu valor para a organização — deixando de ser o responsável pelo PowerPoint para se tornar gestor do ciclo de vida do aprendizado.


Designer instrucional ou gestor de produto?


Na prática, ser “product manager de educação” não significa abandonar o DI clássico. Significa adicionar um olhar mais amplo, responsável por:


  • Entender profundamente o público-alvo e suas dores.

  • Mapear o problema do negócio que aquele programa resolve.

  • Desenhar MVPs de aprendizagem (um piloto, um protótipo) para testar rápido antes de grandes investimentos.

  • Coletar dados sobre uso e impacto, e iterar para melhorar continuamente.


Assim como no mundo tech, onde produtos digitais são lançados, avaliados e ajustados em ciclos rápidos, um programa de aprendizagem pode e deve evoluir de forma contínua.


O participante como cliente (e não apenas aluno)


Um erro comum é pensar no colaborador só como “público cativo” — afinal, ele tem que fazer o treinamento, certo? Mas hoje sabemos que isso não garante engajamento. O participante precisa querer consumir aquele conteúdo, entender o valor, sentir relevância prática.


Quando o DI pensa como product manager, ele começa a fazer perguntas diferentes:


  • Qual a jornada desse colaborador?

  • Em que momento do dia e do trabalho ele pode e quer aprender?

  • O que faria ele compartilhar esse conteúdo com o time?


Esse tipo de reflexão muda completamente o desenho das soluções, aproximando muito mais a aprendizagem do negócio e da realidade do público.


Dados: o combustível do novo DI


Se no passado a métrica era “quantos participaram”, hoje o foco é medir impacto real. Como um PM de produto digital, o novo DI olha para dados como:


  • Mudanças em indicadores operacionais depois do treinamento.

  • Taxa de aplicação do conhecimento (medida por desafios, avaliações práticas ou feedbacks dos gestores).

  • NPS ou eNPS do programa de aprendizagem.

  • Taxa de retorno voluntário (quantos colaboradores voltam ou consomem novos conteúdos por conta própria).


Esses dados mostram o ROI e ajudam a justificar novos investimentos — fortalecendo o papel do DI como parceiro estratégico do negócio e não só fornecedor de conteúdo.


O ecossistema como produto vivo


Outro ponto crucial: programas de aprendizagem não são eventos isolados. Eles se encaixam em ecossistemas maiores, com trilhas modulares, recursos on the job, mentoria, nudges, comunidades internas.


Um DI que atua como product manager não só desenha cada componente, mas conecta as peças para que o colaborador tenha experiências integradas, no tempo e forma que precisa.


É isso que faz a aprendizagem deixar de ser pontual para se tornar parte orgânica do dia a dia.


De PowerPoints e SCORMs para produtos completos de aprendizagem: esse é o salto do novo Design Instrucional. Quem entende o público, pensa dados, prototipa rápido e cria jornadas contínuas se torna indispensável — ajudando a construir equipes mais preparadas e negócios mais fortes.


IDI Instituto de Desenho Instrucional


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