E-learning não é só SCORM
- Instituto DI
- 22 de jul.
- 2 min de leitura

Por muito tempo, fazer e-learning significava basicamente montar um curso linear em SCORM, subir no LMS e esperar que os colaboradores “consumissem” o conteúdo. Mas o mundo mudou — e o comportamento do público também.
Hoje, se queremos que a aprendizagem digital faça diferença no negócio, precisamos ir além do pacote SCORM padrão. O papel do designer instrucional é justamente pensar em experiências digitais mais flexíveis, vivas e conectadas com a forma como as pessoas realmente aprendem e trabalham.
Microlearning e jornadas modulares
Um módulo SCORM de 40 minutos é quase um convite para distrações. O cérebro humano aprende melhor em pequenas doses, com intervalos para processar.
Por isso, o microlearning cresceu tanto: pílulas rápidas, em vídeo, texto ou áudio, que focam em um objetivo claro por vez. Você pode estruturá-los em jornadas, permitindo que o participante avance conforme seu ritmo e necessidade.
Isso reduz carga cognitiva e facilita que o conhecimento vá para o dia a dia de forma incremental — algo muito mais alinhado à ciência da aprendizagem.
Social learning: as pessoas aprendem juntas
E-learning não precisa ser solitário. Plataformas colaborativas permitem fóruns, espaços de compartilhamento e desafios coletivos. Alguns exemplos práticos:
Criar salas virtuais para troca de cases entre áreas.
Propor missões semanais, que o colaborador posta e recebe feedback.
Usar chats integrados para tirar dúvidas em tempo real.
Isso engaja, reforça o aprendizado e cria uma cultura interna de troca.
Gamificação para motivar e consolidar
Outro caminho é usar elementos de jogo para tornar o aprendizado digital mais dinâmico. Não precisa virar um videogame completo: pode ser tão simples quanto um sistema de pontos, medalhas, rankings ou desafios desbloqueáveis.
A gamificação trabalha motivadores intrínsecos (como superação e pertencimento) e extrínsecos (como recompensas), tornando o processo mais atrativo — sem perder o foco no objetivo de negócio.
Simuladores e cases interativos
Para treinar habilidades críticas, vá além do quiz. Simulações permitem que o participante tome decisões em cenários realistas e veja as consequências. É o tipo de aprendizado experiencial que o cérebro fixa muito mais do que conteúdo passivo.
Cases interativos também são excelentes: mostre uma situação, peça que o participante escolha o caminho e depois revele o desfecho, promovendo reflexões sobre o que fazer diferente.
O LMS como parte (não o centro) da estratégia
O erro é colocar o LMS como protagonista. Ele é importante para organizar e rastrear, mas o centro da estratégia deve ser a experiência do participante — como ele interage, pratica, recebe feedback e transfere o aprendizado para o trabalho.
Por isso, o DI que quer inovar pensa o digital não como “entregar curso no LMS”, mas como criar ecossistemas de aprendizagem, combinando trilhas, recursos on the job, feedback contínuo e espaços colaborativos.
E-learning é muito mais do que SCORM. Quando o designer instrucional amplia seu repertório e usa formatos diversos, o digital deixa de ser só um depósito de cursos e passa a ser um motor de transformação no negócio.
IDI Instituto de Desenho Instrucional
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