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Como Lidar com Stakeholders que não Entendem Design Instrucional

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Se você trabalha com design instrucional, já passou por isso: alguém da liderança ou de outra área chega com o briefing pronto — às vezes um pedido direto: “Preciso de um treinamento sobre produto novo, faz um PPT pra mim?”.

Sem clareza sobre o problema real, sem conexão com estratégia, sem ouvir o público final. Parece familiar?


Muitos designers instrucionais se frustram com esse cenário, sentindo-se vistos apenas como “montadores de slides”. Mas há caminhos práticos para transformar esse relacionamento, ganhar autoridade e se tornar parceiro estratégico do negócio.


Mude o foco da conversa: de solução para problema


O erro mais comum é o DI aceitar a demanda do jeito que chega. Quando o stakeholder traz a solução pronta (“quero um curso de 2 horas”), o designer acaba operando no piloto automático.


Em vez disso, devolva perguntas que resgatem o problema raiz:


  • “Que desafio do negócio vocês querem resolver com esse treinamento?”

  • “Qual comportamento ou indicador queremos impactar depois disso?”


Esse tipo de conversa muda o tom imediatamente. Você sai do papel de executor tático e assume o de consultor do aprendizado, ajudando a área a refletir.


Esse é o primeiro passo para ser reconhecido como um profissional estratégico.


Use protótipos e exemplos visuais


Outro grande gargalo é que muitos líderes não têm repertório sobre o que é Design Instrucional — e isso não é culpa deles. A rotina deles é vendas, operações, marketing, finanças.


Então traduza. Mostre protótipos, wireframes simples, infográficos de fluxo de aprendizagem. Simulações visuais são mais poderosas do que páginas e páginas de texto explicando o projeto.


Por exemplo: em vez de falar “vamos usar storytelling e microlearning”, mostre uma tela de exemplo, um microvídeo de 30 segundos, um card gamificado. Isso cria clareza e adesão.


Facilite o entendimento do que o projeto vai entregar e como aquilo vai ajudar o negócio.


Construa junto: workshops e co-criação


Quer que stakeholders comprem o projeto? Traga eles para dentro. Faça reuniões curtas de mapeamento, canvas de jornada do colaborador ou brainstormings rápidos.


Quando o sponsor e as lideranças participam, eles:


  • Se sentem donos do projeto (não apenas clientes).

  • Trazem dados e insights valiosos que você não teria sozinho.

  • Defendem o projeto depois, ajudando na implementação e no engajamento do público.


É muito mais fácil vender algo que eles ajudaram a construir.


Ensine o valor do Design Instrucional sem jargões


Muitos DI’s tentam “se impor” usando termos técnicos, mas isso só aumenta o distanciamento. Evite siglas e teorias complexas. Ao invés de falar de Bloom, scaffolding ou Kirkpatrick, use linguagem que faça sentido para o stakeholder:


  • “Isso garante que o time saiba executar essa tarefa do início ao fim.”

  • “Assim diminuímos o retrabalho e melhoramos o resultado do mês.”

  • “Esse formato é rápido de consumir, então ninguém precisa sair do atendimento por muito tempo.”


Traduzir o impacto do DI para a realidade do negócio cria conexões. É o que faz a liderança enxergar o Design Instrucional como investimento, e não custo.


Ganhar autoridade com stakeholders não é sobre impor o que o DI quer, mas sobre criar clareza, envolver as pessoas certas, falar a língua do negócio e demonstrar como seu trabalho resolve problemas reais.


Quando isso acontece, o DI deixa de ser o “designer do PPT” e passa a ser visto como um parceiro indispensável para os resultados.


IDI Instituto de Desenho Instrucional


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