Primeiramente vamos entender o termo "aprendizado personalizado". A personalização agora vem da necessidade de se oferecer um ensino em linha com o que o aluno espera e com o que o mercado exige.
Aprendizagem personalizada é um treinamento individual personalizado ou ação de aprender entre um aluno e um professor. Trata-se especificamente da curadoria de um plano de aula específico e que se encaixa no estilo de aprendizagem de determinado aluno. Mas a realidade é que este termo é muito amplo. Não dá para dizer que o aprendizado personalizado é apenas isso.
Segundo alguns experts do mercado, David Kelly (vice-presidente e diretor executivo da Guild eLearning), diz que o "aprendizado personalizado" ainda está no âmbito da promessa". Ele acredita que dentro do mercado educacional o termo ainda está sendo definido e ainda há muitas dúvidas sobre como aplica-lo. Isso inclui o Google e o Facebook que sabem muito sobre os usuários e conseguem, por meio de algoritmos, cancelar conteúdo apropriado (ou não). Mas o que realmente excita a Kelly é "alguns dos algoritmos por aí que não só reconhecem o que gostamos, mas o que nos interessa" – e é aí que ele acredita que o crescimento virá na aprendizagem personalizada.
Muitas vezes nós também adminitmos que essa aprendizagem personalizada vem de um fundo de marketing – que abrange um conteúdo que é "personalizado para mim", mas... "não se trata da massificação de conteúdos de que o eLearning costumava ser".
No passado, o conteúdo era ativado e codospnibilizado em um formato onde você poderia acessá-lo a qualquer hora, em qualquer lugar. Nesse cenário, o conteúdo nunca foi relevante, as pessoas não sabiam o que todo aquele conteúdo significava e criava-se assim uma lacuna enorme na aprendizagem.
A realidade é que a aprendizagem personalizada é algo segmentado para o contexto de uma pessoa, seu papel e habilidades semelhantes às formas pelas quais os comerciantes tentam alcançar uma audiência com o conteúdo certo no momento certo.
Até aí ok. Mas é possível criarmos a aprendizagem realmente personalizada?
Esse é um dos maiores desafios da indústria do conhecimento. A cada dia os alunos, usuários buscam conhecimentos à partir de suas reais necessidades num determinado momento. O que buscam hoje não será o mesmo que buscarão amanhã. Torna-se necessário a “deslinearização” do processo de condução didática. As pessoas não tendem mais à construir seu conhecimento à partir de dados lineares. Hoje buscam conteúdos sobre uma necessidade temporária, como por exemplo: como trocar uma torneira. Vão até o youtube, acessam alguns tutoriais gratuitos e mão na massa.
Ocorre que o processo de condução didática oferecida pela maioria das instituições conta com percursos maçantes, lineares demais, cheios de conteúdos que não agregam, que não condizem com as necessidades dos seus alunos e colaboradores. Para sanar esse vácuo torna-se cada vez mais necessária a personalização do processo. E é aí que mora o problema. Como personalizar o percurso de tantos alunos?
ESTRATÉGIAS DE ENSINO PERSONALIZADO:
Individualização do ensino
Começa com a necessidade específica de um aluno dentro de um grupo. O professor é capaz de identificá-la e, a partir dela, propor atividades que façam sentido para aquele aluno. Tecnologias e atenção do docente são voltadas para uma necessidade de uma pessoa. As avaliações do aprendizado tentam medir se, com todos os recursos investidos, o aluno aprendeu ou não. Aqui, o professor dirige o aluno, que é dependente.
Diferenciação
Já a diferenciação parte de um grupo de alunos com objetivos em comum. As atividades são voltadas a satisfazer as expectativas de cada grupo e, portanto, o professor terá em sala times de estudantes envolvidos em tarefas diferentes, que ele concebeu e orientou. Neste tipo de aprendizagem, é preciso construir uma relação de confiança entre as partes, para que o professor possa exercer sua liderança com o apoio dos alunos. A avaliação aqui é usada para facilitar a aprendizagem, uma vez que os feedbacks dados pelos professores ajudam os alunos a avançarem na construção do conhecimento.
Personalização
Nesta abordagem, o processo começa com um aluno, suas habilidades, sonhos e dificuldades. Ele reconhece, em sala, colegas com interesses, paixões e aspirações semelhantes e tem autonomia para fazer o design de seu aprendizado: escolhe o que estudar, de que forma, com que ferramentas e com qual grupo. No ensino personalizado, as habilidades e competências dos estudantes são valorizadas. Por isso, as avaliações são baseadas naquilo que o aluno domina e o aluno pode ser convidado a expressar o que sabe por meio de um portfólio. O professor é apenas um facilitador e o aluno é mais responsável pelo que aprende.
Uso de Dados
O desenvolvimento tecnológico tem possibilitado que o histórico deixado pelos estudantes em ambientes virtuais de ensino seja usado como insumo para decisões pedagógicas. “Se você tiver um número muito grande de pessoas usando uma plataforma, é possível coletar os dados de cada aluno. Com base nesses dados, dá para entender como é que as pessoas aprendem. Em posse dessas informações, professores e alunos podem compreender melhor estilos individuais de aprendizagem: a hora do dia, o tipo de recurso (livro, jogo, videoaula) e outras variáveis que fazem o estudante aprender melhor. É possível criar padrões de aprendizado e, muito rapidamente, quando o aluno entra na plataforma, identificar qual é o perfil desse aluno para determinado assunto. Com um histórico de informações de como é que essas pessoas aprendem, é possível criar um plano de estudos personalizado para esse aluno.
COMO FAZER ISSO:
Autonomia
As escolas que se propõem a oferecer um ensino mais personalizado colocam o aluno no centro de sua proposta pedagógica e criam oportunidades para que se torne o principal agente do seu aprendizado. Essa autonomia é estimulada a partir de diferentes estratégias. Em algumas escolas, os alunos elaboram seus planos individuais de aprendizado, outras dão ao estudante a liberdade de fazer escolhas ao longo de sua trajetória escolar.
Ambiente de aprendizagem
No ensino presencial a opção é por mobiliário flexível, que permite diferentes arranjos, capazes de abrigar atividades diversas (on-line, experimentações, debates e até aulas expositivas), tanto realizadas individualmente, quanto em grupos. Há escolas que aboliram as salas de aula tradicionais. A presença de dispositivos móveis, como tablets e celulares, também ampliam a variedade de ambientes em que aprender é possível.
Mentoria
O apoio individual oferecido por um adulto de referência é outra das estratégias usadas para promoção do ensino personalizado porém seo o foco o acompanhamento psicológico.
Planos individuais de aprendizado
Os planos individuais de aprendizado são utilizados como instrumentos pedagógicos desenvolvidos com ou sem o apoio da tecnologia, mas sempre a partir do que o aluno precisa e deseja aprender.
Avaliação individualizada e de processo
As escolas formas mais personalizadas de avaliação.
Aprendizado por projetos
As experimentações concretas ou atividades mão na massa têm sido amplamente utilizadas pelas escolas mapeadas e buscam resolver problemas da vida real, conferindo sentido ao que se aprende.
Desenvolvimento integral
Promover uma educação personalizada com olhar integral para o aluno, e conteúdos e estratégias de aprendizagem que dialoguem com o perfil e o projeto de vida de cada um.
Tecnologia e Ensino híbrido
O uso mais intensivo e estratégico de recursos tecnológicos de ensino híbrido, que mescla atividades on-line e offline.
IDI – Instituto de Desenho Instrucional